Canadá reage a tarifas dos EUA e impõe retaliação de 25% sobre produtos americanos

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou no sábado (1) que seu governo aplicará tarifas de 25% sobre 155 bilhões de dólares canadenses (equivalentes a 106,5 bilhões de dólares americanos) em produtos dos Estados Unidos, como resposta às tarifas impostas por Washington.

Canadá responde às tarifas dos EUA com retaliação de 25% sobre produtos americanos. Trudeau alerta para impactos econômicos e incentiva consumo nacional. — (Reprodução/Divulgação: Brasil de Fato)

Durante uma coletiva de imprensa, Trudeau detalhou que 30 bilhões de dólares canadenses dessas tarifas entrarão em vigor já na terça-feira (4), enquanto os 125 bilhões restantes serão implementados dentro de 21 dias. A decisão canadense veio após o presidente dos EUA, Donald Trump, assinar uma ordem executiva determinando tarifas de 25% sobre todas as importações canadenses e mexicanas, com exceção dos produtos energéticos do Canadá, que terão uma taxa reduzida de 10%.

Trudeau criticou duramente a medida de Washington, alertando que essa escalada tarifária poderia prejudicar os próprios Estados Unidos, historicamente um dos aliados mais próximos do Canadá. O primeiro-ministro também incentivou os cidadãos canadenses a priorizarem a compra de produtos nacionais e a optarem por destinos domésticos para turismo, em vez de viajarem para os EUA.

Além das tarifas, Trudeau afirmou que o governo canadense está avaliando outras medidas não tarifárias, incluindo restrições relacionadas a minerais críticos, aquisições de energia e novas parcerias estratégicas.

Consequências e Perspectivas

As consequências dessa guerra comercial podem ser significativas para ambos os países, afetando desde a indústria até o bolso dos consumidores. No Canadá, os setores mais impactados incluem o de manufatura e a agricultura, que dependem fortemente do comércio com os EUA. Já nos Estados Unidos, empresas que importam insumos canadenses podem enfrentar aumento de custos, o que pode resultar em preços mais altos para os consumidores finais.

Especialistas alertam que o prolongamento desse embate tarifário pode prejudicar o crescimento econômico dos dois países e gerar incertezas para investidores. No entanto, há expectativas de que pressões internas, tanto do setor empresarial quanto de parlamentares, possam levar a uma renegociação dos termos comerciais, minimizando os impactos negativos no médio e longo prazo. 

Por: Clara Beatriz Ferreira