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Filme "Ainda Estou Aqui" é Sucesso de Bilheteria e Gera Expectativa de Oscar

  • Foto do escritor: Rogério Marope
    Rogério Marope
  • 17 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

O aguardado filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, chegou aos cinemas nacionais em 7 de novembro, conquistando o público brasileiro e alcançando o topo das bilheterias com arrecadação superior a R$ 8,6 milhões durante o final de semana de sua estreia, levando 358 mil pessoas às salas de cinema do país. Baseado na autobiografia de Marcelo Rubens Paiva, o longa narra a transformação de Eunice Paiva — interpretada por Torres e Fernanda Montenegro — que se torna ativista de direitos humanos após o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar.

'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles — Foto: Divulgação


Ambientado nos anos 1970, o filme mergulha nas tensões e desafios da época, abordando a resistência feminina e a força necessária para superar os obstáculos impostos pela repressão. A narrativa revive o impacto brutal do regime militar sobre as famílias brasileiras, revelando as consequências psicológicas, emocionais e sociais dessa era marcada por censura e medo. Ao acompanhar a trajetória da personagem central, interpretada por Torres, a narrativa destaca a luta das mulheres que, mesmo sob constante vigilância e ameaças, preservaram sua identidade, defendiam seus ideais e buscavam proteger seus entes queridos. 


Com uma abordagem sensível e uma representação autêntica da época, Salles constrói um retrato íntimo e poderoso de um período sombrio da história do Brasil. Ainda Estou Aqui convida o público a refletir sobre o valor da resistência e a importância dos laços familiares em tempos de opressão, evocando a força e a coragem das mulheres que marcaram aquela geração.


Além do sucesso em território nacional, Ainda Estou Aqui vem sendo reconhecido globalmente, tendo sido exibido em festivais internacionais como Toronto e Veneza, onde recebeu o prêmio de Melhor Roteiro e a indicação de Melhor Atriz. Com essa visibilidade, o longa reforça a capacidade do cinema brasileiro de alcançar temas universais e emocionais, conectando público e crítica.


Expectativas e futuro para o cinema nacional


A produção de Walter Salles marca também um nítido avanço para o cinema brasileiro, que reflete no crescimento e na relevância das produções nacionais no cenário internacional. Nos últimos anos, o Brasil tem ampliado seu alcance com filmes que abordam questões históricas e culturais de forma acessível e emocionalmente rica, criando um diálogo profundo com audiências de várias partes do mundo. A chegada de produções como essa em festivais renomados e seu potencial impacto nas bilheterias internacionais são prova do fortalecimento da indústria cinematográfica brasileira, que busca não apenas entretenimento, mas também levar temas de relevância social e histórica a um público mais amplo.


A possível indicação ao Oscar representa não apenas um feito notável, mas também uma conquista histórica para o cinema brasileiro. Desde a indicação de Fernanda Montenegro em 1998, pelo seu aclamado papel em "Central do Brasil", o Brasil não vê uma nomeação de atuação na premiação mais prestigiada do cinema mundial. Na época, a performance de Montenegro — ícone da dramaturgia nacional e mãe da também atriz Fernanda Torres — emocionou plateias ao redor do mundo e consolidou o nome do Brasil no Oscar. Uma nova indicação seria um marco importante, capaz de abrir novas oportunidades para artistas e produções nacionais e de renovar o reconhecimento do talento brasileiro em um dos maiores palcos da indústria cinematográfica global.


Com uma narrativa envolvente, performance emocionante dos atores,  trilha sonora marcante e uma fotografia cuidadosamente trabalhada, Ainda Estou Aqui parece destinado a trilhar uma trajetória de sucesso ao reafirmar a relevância de registros históricos e culturais ampliando o impacto da sétima arte nacional.


Por: Clara Beatriz Ferreira



 
 
 

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