O Auto da Compadecida 2: Um Presente do Cinema Nacional Repleto de Nostalgia mas a aventura tendeu mais para um lado do que para o outro.
- maropenews
- 22 de jan.
- 3 min de leitura
O tão aguardado O Auto da Compadecida 2 chegou aos cinemas trazendo consigo a difícil missão de resgatar a essência do primeiro longa e, ao mesmo tempo, apresentar uma nova história que faz jus ao legado de Ariano Suassuna. Matheus Nachtergaele e Selton Mello, os gigantes intérpretes de João Grilo e Chicó, assumiram com coragem o desafio de reviver seus personagens 25 anos após o sucesso do filme original.

Reprodução: Foto de divulgação do filme G1
Resgatando a Essência do Clássico com Novos Riscos Os atores protagonistas acertaram ao “ vender” o filme como "um presente de Natal".
A continuação consegue manter o tom poético e a crítica social que marcou o primeiro filme, mas com novas nuances e um enredo inédito. A história, desta vez, coloca João Grilo e Chicó em uma trama de disputas políticas e dilemas socioeconômicos, com o João sertanejo arquitetando maneiras de re-distribuir água em uma comunidade dominada por interesses eleitorais.
A essência do sertanejo astuto está lá, mas a questão do ponto central da trama ficou meio perdida com a questão da entrada do personagem de Eduardo Sterblitch .
Há uma sensação de que, em certos pontos, principalmente na questão do personagem do
Eduardo, o filme se alongando desnecessariamente, perdendo a dinâmica entre os personagens principais já que nem a loja, aonde montar uma história do trambiqueiro interpretado por ele, tem apenas uma troca cênica com Chicó
Indo um pouco mais nesse fundo, nesse funil de coisas que não deram tão certo, existe uma justificativa, que chegar ter uma certa coerência com o que pensamos do ser humano enquanto a gente na terra, mas que não funcionou bem para a segunda morte e ressurreição de João.
E para quem está acostumado, com diversas personalidades em julgamento, por conta do primeiro filme, vai quebrar um pouco as pernas.
É como se tivessem partido para algo inconsciente. A produção audiovisual acerta em revisitar os elementos típicos do sertão nordestino, com ambientes vibrantes e uma estética que combina modernidade e regionalismo. No entanto, algumas escolhas narrativas podem dividir opiniões.
Porque o filme todo foi gravado no estúdio. utilizando cenários romantizados e Cartunescos
Ainda assim, a manipulação de câmera, jogo da poesia onde o sertão vem com toda fé acreditar na ressurreição do homem protegido por nossa senhora, é o puro meme This is cinema. O Jogo de câmera e pós produções incríveis.
Com tudo se tiver a oportunidade de assistir ao filme e concordar com esse texto, saiba, tudo é questão de relevância, quando se tem a Taís Araújo. Pela mulher literalmente vale tudo!
( Referência da próxima novela onde a veremos)
Mas aqui, falando da obra literária que se transformou em filme, lamentamos dizer que,por conta do tribunal no céu,do primeiro filme,até a Fernanda Montenegro apareceu mais que ela no ano 2000, o que é uma pena.
Olhando para a questão artística, a nova Nossa senhora Aparecida deu o nome novamente. Ela não deixou a peteca cair e a filmagem falou que sou cada pedacinho de figurino que ela teve .
É de ficar louco.
Quando ela fala que a fé faz com que a gente tenha a certeza de que não vive para morrer, é realmente um recado divino.
Você volta a se perguntar: por que alguém vai criticar esse filme?
Mesmo com subtramas e uma espécie de repetição em contextos diferentes, mais um jogral repetitivos de chicó de um grilo levaram a vida antes de se encontrar novamente.
Revisitar um clássico como O Auto da Compadecida era um desafio gigante, e Selton Mello e Matheus Nachtergaele aceitaram uma missão com maestria. A coragem de apostar em uma nova história, sem se prender ao formato original, é digna de aplausos. Embora algumas escolhas possam não agradar a todos, o filme tem o propósito de apresentar aos fãs uma aventura nostálgica, mas fresca.
Para quem busca uma experiência que resgatou a memória afetiva do primeiro longa, O Auto da Compadecida 2 é um presente de Natal assegurado. É uma obra que, mesmo com suas estranhezas, mantém a essência dos personagens e reforça sua relevância na cultura brasileira. Não estamos aqui para dar nossa opinião, se tem alguém que pode falar com propriedade desse filme são os próprios atores, Mas a gente dá o nome na frase: “Não sei, só sei que foi assim”. E, de fato, foi assim.
Não esqueceram nem do monólogo do justo João:
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé. Já fui de barco, fui de navio, agora sou escalador. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré!
Foi abençoado e protegido nosso legado!
Por: Marina Magalhães Prizan
Comments