Robô selvagem: animação que ganhou o Critics Choices mostra a força da proatividade e empatia pelo outro.

A história leva também o choque da natureza em contato com a frieza das máquinas e humanos. Mostrando o papel das animações atrelados a uma boa fábula. 

Reprodução: Foto promocional do filme

Com conceito comovente, quando a robô protagonista do enredo adota um filhote de ganso, a  Ro’z, que tem no início da história apresentada seu nome dito como números, toma como tarefa , (está já prevista em sua programação), que é inicialmente otimizar tempo e promover mais tempo para os humanos nos seus afazeres,  onde tal tecnologia resolve aplicar a sua função primariamente estabelecida para humanos, a um animal, com o intuito de amadurecer o filhote, (já que não tem humanos na terra selvagem onde caiu), para que o bicho órfão possa se desenvolver e promover a sobrevivência que o seu instinto pede. 

No decorrer da história, a então batizada como sete um, três quatro, a  somente sequência numérica,desenvolve amor pelo filhote. e com muito custo, antes de conhecer o mesmo ainda como ovo, conquista a amizade dos demais animais da floresta.Tudo isso usando seus atributos e desenrolar como máquina que desempenha sua função para a qual foi criada.

 Mas o que tal máquina achou que levaria exato cinco dias para isso acontecer,(no mínimo), demandou, certos longos meses. 

 Extremamente adaptada com as divergentes situações, a programação base, de ser aquela que resolve os problemas chatos e funcionais, já não serve mais para a robô ajudante, e Ro’z, percebe que a sua função foi de mãe, e não de quem tentou apenas ajudar.

A  escrita e a aposta deu para os Estúdio DreamWorks a faca e o queijo na mão. quem sabe a receita do que servir como entrada em um banquete.

Dizemos que seria necessariamente uma entrada, porquê,temos ainda a aposta live action, de como treinar o seu dragão, aposta essa que pode mostrar que a empresa evoluiu como produto mercadológico.

 Mas,de volta com a análise da animação:

O desenho mostrado é de encher os olhos. a mensagem de estarem ali, juntos, promovendo sua existência, funciona como as lições de filme infantil. e o empenho de uma  mãe robô que tecnicamente não era para sentir certas coisas humanas, querendo ajudar seu filho a viver com sua função de ganso, dando assim, o pertencimento de espécie, é de comover marmanjos e mulheres;

hoje em dia estamos acostumados em falar mal da tecnologia, mas aqui temos o ponto contrário:

O que é indiscutível é que, fora desenhos animados, é praticamente impossível afirmar que uma máquina um dia vai sentir sentimentos humanos, mas que os próprios humanos estão empenhados em dizer que, sim, isso um dia pode acontecer e pode já estar acontecendo.

É um assunto atual e talvez devastador para aqueles que acham que sua utilidade daqui a alguns séculos não vai servir mais de nada .

mas também existem pontos nessa animação que dizem sobre descobrir como lidar com as adversidades e medos, e que nem todo mundo desempenha aquilo que se pensa por mais programado que seja no interior emocional de alguém. 

Contudo, Bico Vivo, o ganso criado por uma robô, só chama Ross de mãe duas vezes, mas bastou apenas estas , para mostrar que laços adotivos, podem ter um papel importante naquilo que gostaríamos de saber como é experimentar..

A tentativa da mãe de lata, ou quem sabe de aço, expõe que todo mundo merece ter curiosidade da parte a qual pertence, não importa como isso vai ser feito. Que todo mundo tem sua programação . O que veio a fazer neste mundo .

  Mas o discernimento, de saber se isso é bom ou ruim, depende do instinto e impulso tanto humano quanto animal,nesta história, é mais humano e tecnológico.

Ainda assim faz a gente querer nossa liberdade. ninguém tem uma só função e ninguém tem um só instinto quando ensinado de diferentes maneiras. 

Há relatos de animais selvagens domesticados. E, na nossa vida humana, enquanto gente e detentores de liberdade de pensamento e raciocínio, há só pessoas, que visa o mercado do lucro, em vez de dar uma função determinante para algo já funcional ou para a produtividade humana o qualificado. consequentemente assim moldando sua capacidade de resposta emocional. colocada em prática quando aparece suas atribulações de convivência, também,e por que não, quando essas capacidades de choque determinam reações  sob o estado pessoal. 

Um contexto complexo quando se coloca em animação de maneira inteligente. e conseguiram com êxito dizendo que : você pode ser aquilo que foi posto a ser feito alguma coisa ou você pode perceber aquilo que quer ser. 

Ninguém é pior e nem melhor por agir com suas próprias convicções ou seguir com seu plano orgânico apesar de falarem que é loucura da sua parte tentar. 

  O instinto humano, maquinário, e também selvagem, todos têm seu propósito evolutivo, por mais que um ensinado não seja recomendado para a espécie. é importante saber que podemos evoluir em detrimento da nossa existência. para continuar existindo muitos objetos foram modificados. mas seu princípio sempre será o mesmo.

 É como o telefone discado: que de rodar uma roleta de numeros, e você sair de casa sem ele, passou a ser um aparelho que você tinha teclas embaixo da tela para apertar e podia levar no bolso, mais tarde, essa tecnologia de bolso, de teclas para se apertar, passou a ter teclas dentro da tela para simplesmente ser tocada. 

tudo evolui. algumas coisas para evoluir o extinto, outras para acabar com o nosso instinto de sobrevivência. 

Mas quem de tanto que vai sumir é a nossa capacidade de perder o interesse ou a nossa capacidade de consumir demais. que, ainda somos nós, os humanos, detentores do poder para com  o mais fraco. O que  ajuda, não atrapalha. o que salva, acrescenta. 

Atrelado a toda essa mensagem, a fábula moral baseada no livro homônimo de Peter Brown, nos convida a pensar no porquê a vida não pode ser mais simples. A apresentação da presente moral é composta pela mescla do desenho 2D e 3D.Trazendo a proposta de forma que casasse  com a mensagem principal do desenho assistido.

Com a composição dos quadros de cena, pintados em aquarela, os personagens ganham ainda mais peso, dando para a gente ver o uso da tecnologia  com a animação feita de forma primária 

Mostrando, que é possível, sim,ainda que não falando sobre técnicas de animação durante o filme, que cada um desempenha o seu papel.

 Do mesmo modo que os animais vêm Junto com o contexto desempenhando o que dá conta de fazer, e assim, aprendendo sobre o seu próprio lugar no mundo e sua liberdade. de que nada precisa ser o extremo de uma coisa que não é aceita. 

Pois aqui você aceita predadores e presas dando um tempo  na cadeia alimentar em prol da salvação do seu habitat . Também compramos a árvore genealógica adotiva mais improvável do mundo. Então, por que a vida não pode ser simples? A resposta também é simples, que o lucro vale mais que o respeito.

Por: Marina Magalhães Prizan